Muitos não respeitam. Apressados odeiam. Mas o interessante é que nem sempre o sinal vermelho vem em forma de um sinaleiro de rua. Pode ser um não, ou um alerta.
O que importa é identificá-lo, para seguir caminhando em paz.
E não se esqueça, para participar conosco é simples. Todos estão convidados ao nosso desafio quinzenal de poesia, basta enviar uma mensagem e conhecer quais temas serão abordados nos próximos desafios.
Amarelo já é vermelho
Juh Hunzicker, Bauru-SP
No amarelo já pare. Não olhe, não deseja.
Não ultrapasse, não insista.
É ilegal, é surreal. Não é normal.
Não é não. Resista!
No amarelo já pare. Não apalpe, não beije.
Não vigia, não incomode.
É imoral, é desigual. Não é normal.
Não é não. Resista!
No amarelo já pare. Não beba, não respire.
Não ligue, não siga.
É carnal, é infernal. Não é normal.
Não é não. Resista!
Sinal Vermelho
Betânia Pereira, Buruti Bravo-MA
Sangra-me!
Minha alma se esvai em Sangue vermelho vivo.
Sinal vermelho. Pausa.
Percorro crateras do coração que mora em mim: acidentado, buracos visíveis, histórias inacabadas, desconstruídas, doloridas.
Os seres que vivem em mim, fogem constante de regras e seduzem as exceções. Nutrem-se de travessias.
Fogem de apegos.
Atravessa sedutoramente corações e emoções.
Afasta amores e desilusões.
Um turbilhão de faces e fases, tomada por sentimentos invasores deixam pernas bambas, falta coragem, avidez.
Sinal vermelho. Inerte.
Atravesso o sinal vermelho e volto a caminhar.